8 de maio de 2010

Japrockbible

As bandas rock japonesas foram sempre rodeadas por uma aura de mistério e secretismo. Como se a própria cultura nipónica fosse algo hermético e muito próprio, que pertencesse somente ao país do sol nascente e nunca irradiasse para fora desse ilhéu território. Por mais açambarcadores que sejam da cultura ocidental, fazendo até com que certos actos e artistas sejam mais venerados no Japão que nas suas nações de origem (a célebre e, muitas vezes pejorativa, sindrome Big in Japan), os nativos da milenar Cipango têm mais que motivos para se orgulharem do que criam e exportam a nível musical. Para além de gente universalmente (re)conhecida como os Yellow Magic Orchestra (e o seu filho desviante Ryuichi Sakamoto), Silent Poets ou Pizzicato Five, o Japão detém actualmente uma miríade de grupos e artistas que é obrigatório conhecer. Nomes como Ghost, Boris, Boredoms, Merzbow, Somei Satoh, Keiji Haino ou os Acid Mothers Temple em todas as suas manifestações são exemplos da vanguarda musical única, tremenda e excitante que vai despontando desde há anos por terras do Oriente.
Impecável e meticuloso arqueólogo de sons como é habitual, Julian Cope decidiu agarrar na picareta e na lanterna e explorar os sons mais arcaicos e recônditos do rock japonês. Tal como a essencial obra Krautrocksampler relatou magistralmente o advento da música moderna alemã, este livro narra a história de um Japão pós-bomba atómica e como a música ocidental se juntou às tradições do país para criar algo único, transcendente e metamórfico. Flower Travellin' Band, Far East Family Band, Masakiko Satoh ou Taj Mahal Travellers são nomes a reter e a investigar por entre a parafernália comburente dos primórdios do rock amarelo. A dissecar neste espaço, futura e certamente. Entretanto, nada como beber directamente da fonte em http://www.japrocksampler.com/.